As atividades dos barbeiros que conhecemos hoje, nem sempre foram as mesmas. No Grande Dicionário Português ou Thesouro da Língua Portuguesa do Frei Domingos Vieira, de 1871, as atividades do barbeiro eram divididas em três áreas: o fazer as barbas e cortar os cabelos; o barbeiro de lanceta, conhecido como sangrador, que aplicava sanguessugas ou ventosas para realizar sangrias; e o barbeiro de espadas.
Atualmente são poucos estabelecimentos que mantém esse serviço. Quem é acostumado a fazer a barba e o cabelo em barbearias pode ter que mudar seus hábitos, pois os barbeiros estão em extinção.
A tecnologia e a modernização dos aparelhos de barbear também contribuíram para o afastamento dos homens. Hoje em dia muitos homens preferem fazer a sua própria barba, em casa. Os novos salões trazem novas técnicas e tendências que atraem mais clientes.
As barbearias se tornaram obsoletas para muitos, mas a perfeição e o capricho dos antigos barbeiros é incomparável. A habilidade com as lâminas e a rapidez fazem do barbeiro uma profissão única.
No início
A profissão de barbeiro é muito antiga. Na Grécia, as imagens utópicas das divindades mitológicas assumiam um ideal de beleza e perfeição corporal. Essa preocupação estética levou à necessidade de um espaço exclusivo e adequado para o tratamento de beleza, incluindo o capilar.
Assim, surgiram os primeiros salões de beleza e a profissão de barbeiro, exclusiva do sexo masculino. Já nessa época, os barbeiros completavam os penteados com falsos cabelos.
Os homens pertencentes à nobreza e os guerreiros, apresentavam cabelos compridos, sustentados por faixas, correntes ou condecorações.
Os adolescentes copiavam os penteados de Apolo e Arquimedes, enquanto os velhos e filósofos usavam cabelos longos e barbas densas, como símbolo de sabedoria. As barbas e bigodes eram cortados com ponta de lança, à imagem de uma sociedade de gladiadores.
Os escravos, que não se distinguiam dos homens livres, apresentavam cabelos curtos e lisos, não se permitindo barbas nem bigodes. Nas antigas culturas, quem pegasse na barba ou cabelo de uma pessoa, era severamente punido, pois significava um atentado à honra e uma intromissão em sua psique.
Assim, a profissão de barbeiro foi associada à manutenção da saúde física do indivíduo.
A sangria era um lucrativo setor desse ofício. Nos séculos XVI e XVII, os barbeiros foram acusados de praticar a sangria despudoradamente.
Só no século XIX, o oficio de médico e de cirurgião dentista foi separado da profissão de barbeiro, porém, alguns continuaram a atuar como dentista até bem pouco tempo.
No século XX, surge a figura feminina nos salões de barbeiros, tanto no exercício da profissão quanto na clientela. Os salões tornaram-se unissex e a tendência veio para ficar de vez.
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