LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais
Texto explicativo - Atividades e Vídeo-aulas
A língua de sinais é tão natural e tão complexa quanto as línguas orais, dispondo de recursos expressivos suficientes para permitir aos seus usuários expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do conhecimento e esfera de atividade. Mais importante, ainda: é uma língua adaptada à capacidade de expressão dos surdos.
Embora existam aspectos universais pelos quais se regem todas as línguas de sinais, a comunicação gestual dos Surdos não é universal. As línguas de sinais, assim como as orais, pertencem às comunidades onde são usadas, apresentando diferenças consideráveis entre as determinadas línguas.
Diferenças
As línguas de sinais não seguem a ordem e estrutura frásicas das línguas orais, assim o importante não é colocar um sinal atrás do outro, como se faz nas línguas orais (uma palavra após a outra). O importante em sinais é representar a informação, reconstruir o conteúdo visual da informação, pois os surdos lidam com memória visual. As línguas de sinais possuem sua gramática própria, assim como as línguas orais possuem as suas, sendo elas totalmente independentes.
Linguagem não Universal
Muitas pessoas pensam que a língua de sinais, em todo o mundo, é igual. Esse pensamento baseia-se em alguns preconceitos ou por desconhecer do assunto:
- já que a comunicação por gestos é intuitiva e uma vez que não exige aprendizagem, deveria ser a mesma para todos os surdos;
- já que a comunidade surda, ao redor do mundo, é uma minoria, certamente utiliza um único tipo de comunicação;
- já que é uma comunicação icónica (uma representação da realidade, por ícones), a sua representação deverá ser a mesma em todo o mundo.
No entanto, uma vez que todos estes argumentos partem de premissas erradas, as conclusões são também erradas - os linguistas que estudaram as diferentes línguas gestuais concluíram que estas apresentavam diferenças consideráveis entre si.
Além disso, os surdos sentem as mesmas dificuldades que os ouvintes quando necessitam comunicar com outros que utilizam uma língua diferente, por isso, cada país terá a sua própria língua gestual. Por exemplo, no Brasil existe a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Da mesma forma que existem línguas faladas oralmente, há uma correspondência a cada língua de sinais falada em diversos países, havendo igualmente variações dentro das mesmas assim como há regionalismos e dialetos em línguas orais. Essas variações se devem a culturas diferentes e influências diversas no sistema de ensino, por exemplo. Há até mesmo uma língua de sinais universal, análoga ao Esperanto, conhecida como "Gestuno" e usada em convenções e competições internacionais.
Entre as situações em que pessoas sem deficiências relacionadas à visão ou à audição estão, por exemplo, o uso em comunidades na qual falar em certas horas do dia ou situações é tabu ou impossível. Exemplos disso são a comunicação entre mergulhadores e certos rituais de iniciação entre aborígenes australianos, na qual é proibido se falar por um período de tempo.
- Não se sabe quando as línguas de sinais foram criadas, mas sua origem remonta possivelmente à mesma época ou a épocas anteriores àquelas em que foram sendo desenvolvidas as línguas orais.
Legalidade da Linguagem
De acordo com as normas legais em vigor no País, as instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva.
O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão do ensino da Língua Brasileira de Sinais nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior.
O Governo do Estado de São Paulo produziu um dicionário voltado para os surdos, elaborado com o intuito de diminuir ao máximo a exclusão digital. Produzido em CD-ROM, o dicionário tem 43.606 verbetes, três mil vídeos, 4,5 mil sinônimos e cerca de 3,5 mil imagens.
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