A figura do apotecário ou boticário aparece nos conventos da França e Espanha, desempenhando o papel de médico e farmacêutico. Para exercer as profissões, deveria pertencer a uma família honrada, com boa situação econômica, conhecer o latim, ter boa redação e apresentar certidão de cristianismo e moralidade. Tinha ainda que cultivar as plantas utilizadas na preparação dos medicamentos e trabalhar sob a vista do público.
As primeiras boticas ou apotecas surgiram no século X e são consideradas as precursoras das farmácias modernas. No entanto, há milênios, a atividade do farmacêutico já era exercida e de grande importância para a saúde.
Há mais de 2.600 anos, os chineses, por exemplo, já desenvolviam seus remédios, extraindo drogas de milhares de plantas para curar doenças. Os egípcios também preparavam seus medicamentos a partir de vegetais, sais de chumbos, cobre e ungüentos de banha de leão, hipopótamo, crocodilo e cobra há mais de 1.500 anos.
Na Índia, os brâmanes desenvolveram remédios a partir de 600 tipos diferentes de plantas medicinais. E na Grécia, os processos de cura aconteciam no interior dos templos, onde eram pendurados os ex-votos dos doentes quando alcançavam a cura. Eram utilizadas para a cura as chamadas fórmulas mágicas e conjuros, procedimentos que hoje não fazem parte da rotina do farmacêutico.
O grego Hipócrates, considerado o pai da medicina, também marcou uma nova era para a cura, quando sistematiza os grupos de medicamentos, dividindo-os em narcóticos, febrífugos e purgantes.
E a evolução e o desenvolvimento da farmácia, como atividade diferenciada, só aconteceria na Alexandria, após um período de instabilidade marcado por guerras, epidemias e envenenamentos. A farmacologia ganhou grande impulso, principalmente no tratamento de soldados abatidos nos campos de batalha.
Os farmacopistas, no início do século II, incrementaram as diversas fórmulas existentes para melhor atender às necessidades da época. E em Bagdá, Arábia Saudita, os árabes fundaram a primeira escola de farmácia.
O que faz um Farmacêutico
O profissional de farmácia deve testar as substâncias, sejam as utilizadas em remédios, alimentos ou em artigos de perfumaria, para saber de que modo reagem no organismo humano. A ele cabe também registrar as novas drogas e verificar se, porventura, os produtos chegam contaminados, alterados ou fora dos padrões ao consumidor final. No setor farmacêutico, pode atuar na indústria ou no comércio. Na primeira, pesquisa e testa princípios ativos (que serão usados em medicamentos) e a aplicação de novas drogas. Na segunda, controla a venda de remédios nas farmácias, drogarias, hospitais e postos de saúde.
Farmácia
Há ainda a farmácia de manipulação, onde administra a preparação de remédios e fórmulas individualizadas, conforme prescrição médica.
Em cosmetologia, formula cosméticos e produtos higiênicos, além de controlar sua qualidade.
No setor alimentício, pode implantar novos métodos de processamento de alimentos em indústrias, bem como fiscalizar com que rigor são produzidos.
O farmacêutico estuda os remédios, cosméticos e alimentos industrializados de modo a garantir sua eficácia e segurança na produção e utilização pelo consumidor. Pode atuar na pesquisa, produção e distribuição dos mesmos, sendo obrigatório o registro no Conselho Regional de Farmácia.
No Brasil, a atividade profissional está sob a jurisdição do Conselho Federal de Farmácia, que regulamenta seu exercício, com base na Lei 3.820, assinada em 11 de novembro de 1960, pelo Presidente Juscelino Kubitschek.
Os genéricos
Em 10 de fevereiro de 1999, era promulgada a Lei nº 9.787 que viabilizaria a fabricação e comercialização dos medicamentos genéricos. Vendidos com o nome do princípio ativo, possuem as mesmas características farmacológicas existentes nos medicamentos de referência. Estes são considerados inovadores e têm a eficácia, segurança e qualidade comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Com a introdução dos genéricos no mercado, o paciente ganha no preço e na segurança. São baratos - 40% a menos que os de referência - porque os fabricantes não precisam investir nem em estratégias de marketing, nem em pesquisa, pois o princípio ativo já existe.
Quanto à qualidade, devem passar por testes específicos como os de bioequivalência e biodisponibilidade realizados pela Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade Federal do Ceará (UFCE) e nos laboratórios da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, todos seguindo as normas da ANVISA.
O primeiro teste analisa se a droga tem a mesma composição do produto de referência na mesma proporção e dosagem. Já o segundo avalia se o genérico gera o mesmo efeito no paciente e atinge a mesma concentração no sangue no mesmo tempo que o produto original.
De fevereiro a setembro do ano da implantação dos genéricos, foram 130 nomes chegando às prateleiras das farmácias. Para saber mais sobre medicamentos genéricos, visite o site www.anvisa.gov.br.
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