LITERATURA - FAGUNDES VARELA - BIOGRAFIA

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Nascido no ano de 1841 em Rio Claro-RJ, Luís Nicolau Fagundes Varela encarnou em vida o perfil do verdadeiro poeta romântico: boêmio, errante e desregrado, apesar de ter sido um homem de reconhecível fé e uma formação altamente culta e religiosa. Aluno de Direito em São Paulo, onde se casou com Alice Guilhermina Luande, filha de um proprietário de circo, pedindo transferência para o Recife. De lá voltou sem concluir o curso.

Após a morte do filho em 1863, a quem dedicou o belíssimo poema "Cântico do Calvário", seu vício com álcool e sua vida boêmia acentuaram-se, de modo que nem um segundo casamento e a presença de outros filhos remediaram seus períodos de vadiagem e andança. Faleceu em 1875, de um insulto cerebral na casa dos pais em Niterói, onde veio morar com a esposa pouco tempo antes, já totalmente debilitado.

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Sua poesia marca a transição entre a geração ultra-romântica de Álvares de Azevedo e a geração condoreira de Castro Alves, passando por vários temas comuns do Romantismo vigente. Chegou a situar sua própria poesia "entre a descrença de Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu e a escola de 'morrer moço' e 'os tacapes e borés' do Sr. Gonçalves Dias." Em certos momentos, seus versos ganham a depressão, o pessimismo, o culto à morte e a melancolia byroniana típicos da segunda geração romântica. A ingenuidade, e a paixão incontida, que o aproxima da poesia de Casimiro de Abreu, está sempre presente nos seus versos dedicados ao amor, à musa idealizada e perfeita.

A sua religiosidade também é sempre forte e visível. Seus versos melosos, muitas vezes superficiais e de linguagem simples, convivem com obras-primas do mais puro e sincero sentimento humano, como é o caso de "O Cântico do Calvário", dedicado ao filho que perdeu.

Fagundes Varela foi um dos mais fervorosos poetas a cantar a natureza e suas belezas, que servem de alívio à sua debilitada vida errante. A exaltação à pátria também é marcante, onde o poeta canta as grandezas da nação e seu povo, bem como a figura ilustre de D. Pedro II. Essa exaltação muitas vezes entra em conflito com o inconformismo e a inadequação à sociedade, o que o leva a escrever sobre os problemas sociais, aproximando-o da poesia condoreira da terceira e última geração romântica.

As principais obras

Poesias

Noturnos (1863); O estandarte auriverde (1863); Vozes da América (1864); Cantos e Fantasias (1865); Cantos do Ermo e da Cidade (1869); Cantos meridionais (1869); Anchieta, ou Evangelho na Selva (1875); Cantos religiosos (1878); Diário de Lázaro (1880).

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