Décio Pignatari nasceu em Jundiaí, SP, aos 20 de agosto de 1927. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de SP, aparece como poeta em fevereiro de 1949, nas páginas da Revista de Novíssimos, juntamente com Haroldo e Augusto de Campos, novamente com os mesmos na Revista Brasileira de Poesia, porta-voz da Geração de 45. Em 1950 estreou com O Carrossel, sob o patrocínio do Clube de Poesia de SP. Em 1951 rompe com a geração de 45.Em 1952 funda o Grupo Noigandres, juntamente com Haroldo e Augusto de Campos, entra em contato com os músicos e pintores abstratos do grupo Ruptura. Participa do lançamento da revista Noigandres, publicando o poema Rumo a Nausicaa.
Em janeiro de 1954 leciona em Teresópolis o curso Raízes da Poesia Moderna, enfatizando as contribuições européias e americanas (Rimbaud, Laforgue, Corbière, Mallarmé, Joyce, Pound, Cummings) e colocando criticamente a situação da poesia brasileira. Entra em contato com Pierre Boulez. Parte para Europa, onde vive até 1956. Conhece vários músicos de vanguarda (Cage e outros). Vai a Ulm, na Höchschule Für Gestaltung), contatando Tomás Maldonado e o poeta Eugen Gombringer. Retorna ao Brasil, propõe a Gomringer adotar o nome "poesia concreta" para a designação dos novos trabalhos que estavam sendo feitos no Brasil pelos poetas concretos ( Gullar, Wlademir e Grupo Noigandres) e pelo mesmo (autor de Constellationen-1953 e do manifesto Do Verso à Constelação-1955). O poeta suíço-boliviano aceita tal designação em agosto de 1956. Com o grupo Noigandres, participa da Exposição Nacional de Poesia Concreta, no MAM-SP e MEC-USP. Faz conferência, juntamente com Oliveira Bastos, no MAM-USP, sobre a nova poesia, e, em fevereiro de 57, a propósito da edição carioca da exposição, fala na sede da UNE, em palestra que acirra o debate sobre a arte concreta.
Em 1957, publica artigos teóricos no Suplemento Dominical do J. do Brasil. Compõe Coca-Cola. Trabalha como redator publicitário e planejador de lay-outs. em 1958 publica poemas/cartazes em Noigandres n.4, assina o Plano-Piloto par poesia concreta. Publica em 1960, Organismo; colabora com a composição da página Invenção, do Correio Paulistano.Em 61, apresenta a tese Situação Atual da Poesia no Brasil, no II Congresso Brasileiro de Crítica eHistória Literária de Assis (SP), na qual anunciou o "salto participante" da poesia Noigandres. Publica Antologia de Poemas e a sua tese no n.1 da revista Invenção, em 1962. Defende a formulaçào de Maiakóvski, "forma revolucionária para poesia revolucionária" na tese Notícia à Poesia Brasileira em Ação, apresentada no III Congresso Brasileiro de Crítica e Hsitória Literária na Paraíba.
Torna-se professor da Escola Superior da Informação da Escola de Desenho Industrial no Rio, posteriormente da UnB (que deixou em 64). Em Brasília organiza a Escola de Publicidade da Faculdade de Comunicação. Nos anos 60 excerce várias atividades de comunicação, cronista de futebol da Folha de São Paulo, faz crítica política e de costumes num happening no João Sebastião Bar, funda o MARDA (Movimento de Arregimentação Radical em Defesa da Arte).
Em 1967 escreve "Teoria da Guerrilha Artística". Torna-se professor de Teoria Literária no curso de pós-graduação da PUC-SP; doutora-se, em 1973, sob orientação de Antonio Candido. Realiza em 93, trabalho de animação gráfica de seu poema "FEMME", com o LSI-USP. Estréia como ator no filme "Sábado", em 1995. Décio Pignatari mora e trabalha em São Paulo.
- Revista Cultura Vozes - LXXI - 1977
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