LITERATURA - ALUÍSIO AZEVEDO

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Introdutor do Naturalismo no Brasil, Aluísio Azevedo, inspirado por Zola (1840-1902) e Eça de Queirós (1845-1900), escreve romances para o cenário brasileiro. Sua obra, marcada de altos e baixos, retrata o meio maranhense da época, expõe preconceitos e satiriza os hábitos dos típicos moradores de São Luís. A luta do escritor se volta contra o conservadorismo e a forte presença do clero, responsável pela falta de ação dos habitantes maranhenses.

Entretanto, como não é mestre na análise do íntimo de suas personagens, não cria tipos, mas dedica-se à descrição das massas, observando-as do exterior e privilegiando o relato do pormenor. Suas narrativas se organizam em torno de episódios e diálogos freqüentes, geralmente, comandados por narradores oniscientes. Em O Cortiço [Ver Antologia], sua grande obra, reúne vários tipos da sociedade do período: o português ganancioso, o negro, o mestiço e o fidalgo burguês.

Biografia

Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís do Maranhão em 1857 e faleceu em Buenos Aires em 1913. Foi filho do vice-cônsul português em São Luís, onde fez o primário e o secundário. Partiu para o Rio de Janeiro a convite do irmão, Artur Azevedo, trabalhando como caricaturista em jornais políticos da época, freqüentou a Escola de Belas Artes da cidade.

Com a morte do pai regressou à terra natal, escreveu para a imprensa e publicou seu primeiro romance: Uma Lágrima de Mulher (1880). No ano seguinte, lançou o primeiro romance naturalista brasileiro, O Mulato (1881) [Ver Antologia]. O livro caiu no desagrado da sociedade provinciana maranhense, mas agradou a Corte. Retornou ao Rio de Janeiro, enfrentando dificuldades econômicas, o que o levou a escrever somente para sobreviver. Prestou concurso para a carreira consular e serviu na Itália, Japão e Argentina, abdicando da carreira de escritor.

Alfredo Bosi destaca como valores do escritor e legado ao romance de costumes "o poder de fixar conjuntos humanos como a casa de pensão e o cortiço dos romances homônimos". Contudo, lamenta o apego do escritor às teorias darwinistas que o impediram de "manejar com a mesma destreza personagens e enredos, deixando uns e outros na dependência de esquemas canhestros".

Principais Obras

Folhetins Românticos e Romances

Uma Lágrima de Mulher (1880); O Mulato (1881); Memórias de um Condenado (1802), (reed. A Condessa Véspes); Casa de Pensão (1884); Filomena Borges (1884); O Homem (1887); O Coruja (1890); O Cortiço (1890), O Esqueleto (1890), (em colaboração com Olavo Bilac); O Livro de uma Sogra (1895).

Contos e crônicas

Demônios (1893), (contos); O Touro Negro (1938), (crônica).

Teatro

Em colaboração com Emílio Rouède: Venenos que Curam (1886), (comédia); O Caboclo (1886), (drama).

Em colaboração com Artur Azevedo: Os Doidos (1879), (comédia); Flor de Lis (1881), (opereta); Casa de Orates (1882), (comédia); Frizmark (1888), (revista); A República (1890), (revista), Um Caso de Adultério (1891), (comédia); Em Flagrante (1891), (comédia).

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