Trovadores
Remontam aos finais do séc XII, as primeiras manifestações da literatura portuguesa em verso, prolongando-se até o final do primeiro quartel do século XVI, e é conhecida pelo período da poesia trovadoresca, ou poesia galaico-portuguesa.
Tem o seu período áureo entre 1240 a 1354, atravessando os reinados de Afonso X de Castela (autor das Cantigas de Santa Maria), ao reinado de D. Dinis (filho de Afonso III) e encerra com a morte (1354) de Dom Pedro, Conde de Barcelos (filho bastardo de D. Dinis).
Trata-se de uma poesia lírica, com uma poética muito própria, fortemente codificada na metrificação e nos agrupamentos estróficos. Os seus géneros principais são:
* Cantigas de amor, em que o poeta exprime a sua forte admiração e submissão em relação à mulher amada;
* Cantigas de amigo, que se caracterizam por veicularem a expressão feminina;
* Cantigas de escárnio e maldizer (sátiras e motejos).
Trovadores e jograis cultivaram ainda outros géneros poéticos, tais como as tenções, as cantigas de seguir, as cantigas de vilão, as pastorelas, (canto pastoril); écloga; os prantos, os descordos, (poesia amorosa, na qual o trovador lamentava alguma paixão não correspondida) os lais. (pequeno poema em versos de oito sílabas).
Algumas destas poesias encontram-se reunidas em três coletâneas:
* O Cancioneiro da Ajuda, Compilado em Portugal no final do século XIII ou no princípio do século XIV.
* O Cancioneiro da Vaticana, compilado em Itália no fim do século XV ou no princípio do século XVI.
* O Cancioneiro da Biblioteca Nacional (Cancioneiro Colocci-Brancutti) Compilado em Itália no fim do século XV ou no princípio do século XVI
Trovadorismo Medieval
Dentre os muitos trovadores galego-portugueses, podem apontar-se os nomes de D. Dinis, Martim Codax, João Zorro, Afonso X de Castela, Estevão da Guarda, Afonso Sanches, Airas Nunes, Afonso Mendes de Besteiros, Fernão Velho, João Airas, João Garcia de Guilhade, João Soares Coelho, Juião Bolseiro, Pedro Amigo de Sevilha, Pero da Ponte e Pero Garcia Burgalês, entre outros.
Os Poetas Palacianos
Com a morte de D. Pedro, conde de Barcelos, a tradição dos jograis entra em declínio e vai sendo substituída pela poesia escrita. Até por volta do final do século XV.
Com fortes influências de Dante e Petrarca, os meios aristocráticos das cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel, desenvolve-se uma poesia que, conservando as características do lirismo peninsular se vai caracterizar pelo seu carácter frívolo, lúdico, e pelo formalismo da sua expressão.
Dentre os géneros mais produzidos destacam-se:
* O vilancete, (poema constituído por um mote de dois ou três versos, seguido de glosa de uma ou várias estrofes terminadas por um verso do mote);
* cantigas (composição poética escrita para ser cantada, geralmente compostas de estrofes curtas, e constituídas por versos também breves)
* esparsas, (composição poética provençal de fundo triste e melancólico, formada por uma só estrofe de oito a dezasseis versos, sem refrão)
Mas encontram-se também poemas satíricos (atacando, por exemplo, a corrupção do clero), religiosos, didácticos, histórico-épicos (os poetas eram nobres, servindo pois o seu rei na guerra e nas conquistas) e dramáticos.
Homem ligado aos círculos da corte, Garcia de Resende editou em 1516, o seu célebre Cancioneiro Geral, uma compilação dos textos poéticos das cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I,
Dentre os poetas mais destacados do Cancioneiro Geral contam-se o próprio Garcia de Resende, João Roiz de Castel-Branco, Jorge d Aguiar, o conde do Vimioso, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro e Sá de Miranda.
Estes três últimos marcam já, uma passagem para o classicismo literário, que Sá de Miranda, após a sua viagem à Itália em 1526, acabaria por introduzir.
Fonte: lusofoniapoetica
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