Caesalpinia echinata Lam é a espécie que deu origem ao popular Pau-brasil. Echinata (significa "com espinhos"), é uma leguminosa nativa da Mata Atlântica, no Brasil. Seu nome em tupi é ibira pitanga, ou "madeira vermelha".
Localização do Pau Brasil - Mapa
O Dia do Pau Brasil
A Lei nº 6.607, de 07 de dezembro de 1978, declara o pau-brasil como Árvore Nacional e o dia 03 de maio, como o Dia do pau-brasil. Os botânicos deram-lhe o nome de Caesalpinia echinata, Lam, sendo o gênero Caesalpinia dedicado a Andréas Caesalpino (1519-1603), botânico italiano, filósofo, médico do papa Clemente III e professor de medicina em Pisa; echinata significando ouriço, lembrando os abundantes acúleos localizados no tronco e galhos adultos; e Lam., abreviatura do botânico francês Jean Baptiste Antoine Pierre Monnet Lamark (1744-1829), quem conferiu a denominação botânica. Os indígenas o chamavam de ibiripitanga, sendo ibyri = pau, madeira, e pytã = vermelho, portanto pau-vermelho, em alusão à cor vermelha apresentada pelo cerne (miolo).
O nome popular em português deriva da cor de brasa da resina vermelha contida na sua madeira. É conhecido também pelos nomes de brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-de-tinta, pau-pernambuco e pau-rosado. É também conhecida como pau-ferro por ser mais densa do que a água e não flutuar, o que prejudica o seu transporte no meio fluvial.
A Caesalpinia ferrea (pau-ferro) e a C. peltophoroides (sibipiruna)São também conhecidos como pau-brasil, embora tenham preferencialmente outros nomes.
A árvore
A árvore alcança entre 10 e 15 metros de altura e possui tronco reto, com casca cor cinza-escuro, coberta de acúleos, especialmente nos ramos mais jovens.
As folhas são compostas bipinadas, de cor verde médio, brilhantes.
As flores nascem em racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem 4 pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro encontram-se 10 estames e um pistilo com ovário súpero alongado.
Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de 1 a 5 sementes discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão.
Onde se encontra
Encontra-se na floresta ombrófila densa da Mata Atlântica, a partir do Rio de Janeiro até o extremo nordeste, ou seja, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, e Sergipe.
Está na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção na categoria vulnerável, e na da IUCN na categoria em perigo.
O município pernambucano de São Lourenço da Mata possui hoje a maior reserva nativa da espécie. A Reserva Tapacurá possui aproximadamente 100 mil pés de pau-brasil.
História do Pau Brasil
Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeira atividade econômica dos colonos portugueses na recém-descoberta Terra de Santa Cruz, no século XVI e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de Brasil.
Na realidade, no século XV uma árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses.
Foi uma das expedições de corsários liderada por Nicolas Durand de Villegaignon, em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama Rio de Janeiro (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por Carl Friedrich Philipp von Martius.
A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil europeia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras.
Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos).
A Lei nº 6.607, de 07 de dezembro de 1978, declara o pau-brasil como Árvore Nacional e o dia 03 de maio, como o Dia do pau-brasil. Os botânicos deram-lhe o nome de Caesalpinia echinata, Lam, sendo o gênero Caesalpinia dedicado a Andréas Caesalpino (1519-1603), botânico italiano, filósofo, médico do papa Clemente III e professor de medicina em Pisa; echinata significando ouriço, lembrando os abundantes acúleos localizados no tronco e galhos adultos; e Lam., abreviatura do botânico francês Jean Baptiste Antoine Pierre Monnet Lamark (1744-1829), quem conferiu a denominação botânica. Os indígenas o chamavam de ibiripitanga, sendo ibyri = pau, madeira, e pytã = vermelho, portanto pau-vermelho, em alusão à cor vermelha apresentada pelo cerne (miolo).
À época da colônia, era abundante na Mata Atlântica, no trecho compreendido entre Cabo Frio, Rio de Janeiro, e Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte, encontrando-se raros remanescentes ao sul da Bahia e no Engenho São Bento, no município de São Lourenço da Mata, sede da tradicional Escola de Agricultura dos monges beneditinos, em Pernambuco.Afirma Gilberto Freire (Nordeste) que, para levantar e reparar seus conventos, suas igrejas, seus palácios, toda a arquitetura voluptuosa para construir os barcos e seus navios, o pau-brasil, forma um capítulo da história da exploração econômica do Brasil pela Metrópole, na sua fase já parasitária, que um dia precisa ser reescrito com vagar e minúcia. Quase não há edifício nobre em Portugal que não tenha um pedaço de mata virgem do Brasil resistindo com dureza de ferro à decadência que roeu a velha civilização portuguesa de conventos e palácios de reis. No meio desta riqueza de "madeiras de lei" - conclui Gilberto Freire ? estavam, além do pau-brasil, o louro, o pau-d'arco, a sucupira, o jacarandá, o pau-violeta, transformados em vigas, linhas e portais.
A madeira do seu cerne, no ínício, de coloração alaranjada, tornando-se depois vermelho-clara, foi usada para extração de um corante para tingir tecido, para construção naval e civil, e atualmente para a confecção de arcos de violino, viola, violoncelo e contra-baixo, graças ao seu peso e ao seu poder de curvatura. Conta Cussy de Almeida, regente da nossa Orquestra Armorial, que foi o arqueiro francês François Turte (1747-1835), o descobridor do pau-brasil como arco de violino, hoje utilizado pelas melhores orquestras do mundo. Afirma ainda o regente, que a madeira que mais se prestava para o acessório do violino, que pesa de 58 a 62 gramas, era proveniente de São Lourenço da Mata, devido certamente as condições climáticas e constituição do solo.
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