21 DE MARÇO - DIA MUNDIAL CONTRA O RACISMO

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A negação da existência do racismo é uma das formas mais cruéis de racismo, quando ele existe de fato .

O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial é comemorado todos os anos, no dia 21 de março. A data foi instituida pela ONU devido ao Massacre de Sharpeville, ocorrido na cidade de mesmo nome, na África do Sul, em 21 de março de 1960.


No Brasil, o sonho de um país sem preconceitos de raça ou de cor, de uma sociedade em que as pessoas sejam valorizadas pelo seu conteúdo humano e não pela aparência, é, com certeza, o sonho da maioria dos brasileiros. Entretanto o sonho não corresponde à realidade, principalmente em relação aos que sofrem a discriminação. Pior ainda é insistir com os discriminados que eles não o são; ou, pior ainda: que eles é que discriminam, ou se discriminam.

Ainda assim, nega-se o óbvio: “Quem não tem um pouco de sangue negro?”; “No Brasil, somos todos misturados”; “Aqui não tem branco nem negro; somos todos brasileiros”; “Minha tataravó era índia (ou negra)”; “Não existe racismo porque não existem raças”; “Querem nos dividir”; “Estão importando um problema que não temos”; e por aí afora. Ora, como alguém já disse, a melhor maneira de não resolver um problema, ou agravá-lo, é fingir que ele não existe, cumprindo observar que a insistência em sustentar o mito da democracia racial só faz aumentar as tensões sociais e produzir intolerância(1). O não reconhecimento do direito à diferença acarreta atitudes de intolerância para com aqueles que simplesmente se declaram negros ou índios. Há mesmo os que acham que todos os índios deveriam usar terno e gravata. E os que acham que os índios não são patriotas.

A dificuldade na convivência com o "diferente", da descoberta de novos valores e da admiração da riqueza que se faz presente em outras raças e culturas torna-se cada vez mais em um caminho para o ódio e a violência. Para resolver esse problema, o começo é reconhecer que se trata de um problema importante, a ser enfrentado pelos brasileiros de todas as cores. Não só o racismo individual, nas relações interpessoais e sociais, mas principalmente o racismo estrutural, refletido nas barreiras da educação e do emprego. Tudo sem considerar o racismo simbólico, presente nas sutilezas e atitudes de muitas pessoas, como quando os detectores de metais dos bancos parecem detectar cores.

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