AMAMENTAÇÃO - DIA MUNDIAL 01 DE AGOSTO

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Além do aspecto emocional, o aleitamento materno também tem vantagens nutricionais importantes. Nos primeiros dois ou três dias, o recém-nascido vai mamar o colostro, até que comece a produção normal do leite. O colostro é produzido ainda durante a gestação e é rico em defesas imunológicas necessárias para que o bebê produza seus próprios anticorpos.

O leite materno protege contra alergias respiratórias, digestivas e cutâneas, além de ter um importante efeito laxante.

Para as mães também há vantagens. Amamentar ajuda o corpo e os órgãos reprodutores voltarem ao normal, bem como a recuperar a forma física. A mãe que amamenta tem ainda menos chances de desenvolver câncer de mama ou nos ovários.

Compartilhando desse momento especial

Todo pai desempenha um papel fundamental na transmissão de segurança à mãe e ao bebê. E quando o assunto é aleitamento materno, a participação dele pode ser útil de várias formas, começando por incentivar a mulher a amamentar.

A amamentação é um momento precioso na vida de um casal, que deve ser compartilhado. Sempre que possível, a presença do pai, acariciando o bebê enquanto ele mama, estreita os laços afetivos com o filho.

Ser paciente e compreensivo também é imprescindível para entender que o recém-nascido tem prioridade. Dedicar-se a algumas tarefas como trocar a fralda, dar banho, vestir o bebê e alguns afazeres domésticos mostra o interesse do pai em ajudar a mãe que, nesta fase, acaba sendo mais requisitada pela criança.

E se houver mais filhos, é importante não se descuidar deles para que não se sintam rejeitados com a chegada do irmãozinho.

A participação do pai no processo de amamentação pode ainda proporcionar uma maior intimidade entre o casal, fortalecendo a relação amorosa e o desenvolvimento harmonioso do bebê.

O aleitamento materno exclusivo até aos seis meses e o carinho da família são tudo o que o bebê necessita para crescer saudável e equilibrado emocionalmente.

Momento único

Existem algumas técnicas que ajudam a mamãe a achar a melhor maneira para acomodar o bebê e facilitar a pega da mama. A posição ideal é aquela onde ambos ficam confortáveis e relaxados.

Geralmente, a mãe fica sentada segurando o bebê de frente para ela, deixando barriga com barriga. Quanto mais colados estiverem, mais fácil é a amamentação. Não há razão para tentar mudar a posição, se o bebê estiver extraindo bem o leite.

Depois de achar a melhor posição, o primeiro passo é colocar o seio na boca do bebê. Ao tocar o mamilo no lábio inferior do bebê ele abrirá a boca instintivamente. Nessa hora, a mãe deve enfiar o máximo da auréola na boquinha da criança, puxando firmemente sua cabeça para a mama.

Para ter uma boa pega, a mãe deve posicionar o polegar acima da auréola e o indicador abaixo, formando um "C".

É recomendado que o bebê mame um peito até esvaziá-lo e só depois passe para o outro.

Amamentação com posicionamento e pega corretos não dói, e é um momento de prazer único para ambos.
Amamentação tranquila

Principais cuidados com a mama

Existem algumas dicas básicas que podem ser usadas para fortalecer o bico do peito e estimular as glândulas mamárias. Tudo para evitar problemas na hora da amamentação.

A regra número um antes de dar o peito é lavar o bico do seio apenas com água e não aplicar nenhum tipo de creme hidratante após o banho.

Já o banho de sol é um dos melhores procedimentos para preparar as mamas e deixá-las mais resistentes. Tome de 15 a 20 minutos de sol no seio todos os dias, antes das 10 horas e depois das 16 horas.

As massagens também são indicadas pelos médicos, principalmente se a mama estiver empedrada. Segure o seio com as duas mãos, uma de cada lado, e faça uma pressão da base até o bico, repetindo movimentos circulares por cinco vezes.

Depois, faça o mesmo com uma mão em cima e a outra embaixo do seio. Esse procedimento ajuda na descida do leite e pode ser repetido uma ou duas vezes por dia.

Mulheres que apresentam mastite, infecção mamária que ocasiona vermelhidão, dor e até febre, devem procurar o médico para tratamento.

Banco de leite

O leite materno em excesso pode e deve ser doado

A mãe que estiver dando exclusivamente o peito, sem complementar com água ou mamadeira, pode produzir mais leite que o bebê precisa, principalmente nas primeiras semanas. Este excesso deve ser retirado para que a mama não ingurgite, ou seja, fique empedrada, e não dificulte a pega do bebê.

Ao invés de jogar fora este alimento tão rico, é possível reparti-lo com outras crianças, cujas mães tenham dificuldades de produção.

Para isto, basta se tornar doadora do Banco de Leite Humano do Hospital Universitário de Londrina.

Mas atenção: antes de fazer a doação, a mãe deve se certificar que não possui doenças infecto-contagiosas e não pode usar medicamentos controlados.
Saiba mais...

O leite materno poderá ser guardado em geladeira por 20 horas ou no freezer por 15 dias. Os frascos usados no armazenamento devem ser limpos e previamente fervidos.
Estímulo ao arroto

Tirando as dúvidas

Estimular o arroto é um cuidado importante no dia a dia do bebê.

Quando ele está mamando, seja no peito ou na mamadeira, geralmente há ingestão de ar. Por isso é essencial que o encaixe do bico da mamadeira e do bico do seio na boca do bebê seja correto, o que evita a entrada de ar que vai para o estômago e retorna na forma de arroto.

Como normalmente o arroto vem acompanhado de regurgitação, o bebê que estiver deitado de costas ou de bruços no berço pode aspirar o leite que voltou e se asfixiar.

Outra consequência do bebê que engole ar e não arrota são as cólicas. Com o estômago cheio de ar e o sistema digestivo ainda imaturo, elas podem aparecer.

Portanto, depois da mamada, a mamãe deve colocar o bebê na posição vertical, com a barriguinha encostada no seio, dando leves palmadinhas nas costas, para ajudá-lo a expelir o ar que deglutiu com o leite. Alguns arrotam de imediato, outros demoram até meia hora.

Após este procedimento, procure deitá-lo sempre de lado para evitar asfixia.

O arroto não está associado à saciedade do bebê. Se o bebê mamar corretamente, sem engolir ar, não tem motivo para forçar o arroto.
Chorinho inconsolável

As cólicas do bebê - como aliviar

A cólica nos recém-nascidos é fruto de seu sistema digestivo ainda imaturo. Os fatores que determinam seu aparecimento não são bem conhecidos e sua presença é variável de criança para criança. As dores aparecem mais comumente nas primeiras semanas de vida e podem continuar até os três meses

Antes de afirmar que o choro do bebê é motivado por cólica, é preciso observar que ele chora também quando sente outros incômodos. No choro por cólica, normalmente, o bebê se contrai, como se estivesse se contorcendo, e flexiona as pernas.

Para amenizar a dor, é possível adotar alguns recursos naturais, como, por exemplo, pegar a criança no colo, deitada de bruços sobre seu corpo. Nessa posição, a barriga da criança é comprimida e aquecida, facilitando a liberação dos gases, causadores do problema. Esticar e encolher as perninhas e massagens na barriga, sempre de cima para baixo ou no sentido anti-horário, também ajudam.

Os pais devem buscar um medicamento junto ao pediatra, caso os episódios sejam muito intensos.

Lendas ou fatos? 

Muitos mitos rondam o pensamento das mamães em fase de amamentação

Uma das dúvidas mais comuns é se existe leite materno fraco. Toda mãe produz o leite ideal para o filho, mesmo as que têm mama pequena. Há os que dizem que o bebê não pode arrotar no peito porque, se isso acontecer, o leite não desce mais, o que é uma grande bobagem. Outro mito é que não se deve tirar o excesso de leite da mama, porque assim a mãe pára de produzi-lo. O leite ordenhado, de maneira correta e doado para um banco de leite, pode ajudar os bebês hospitalizados.

Seios com bicos rachados ou empedrados só precisam de cuidados especiais e não são motivos para parar a amamentação. Também não faz sentido acreditar que canjica, cerveja preta e outros alimentos aumentam a produção de leite. O que faz um bom leite é o bebê sugar o peito da maneira certa e a mãe ter uma alimentação saudável. É fato que alguns bebês podem ser sensíveis a um determinado tipo de alimento que a mãe consome. Então, é preciso observar se ele ficou agitado ou apresentou alguma alergia.

Vale lembrar que a ansiedade, o cansaço e a dor podem reduzir a produção de leite já que esses fatores estimulam hormônios que inibem a descida do leite. Esse problema pode ser contornado se a mamãe repousar e contar com a ajuda do pai nos afazeres domésticos.

Durante a amamentação, não há razão para a mãe iniciar uma dieta, que pode comprometer a produção e a quantidade de leite e, consequentemente, a nutrição do bebê. É importante lembrar ainda que remédios, bebidas e fumo não combinam com amamentação e que doenças como hepatite e AIDS podem ser passadas através do leite.

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